A QUESTÃO É A MENSAGEM
Começo esta intervenção com um desabafo.
Em janeiro de 2003, assumi mais uma vez o Governo do Paraná. E, logo de entrada, suspendi o pagamento de vários contratos que estatais paranaenses mantinham com empresas multinacionais. Contratos, por exemplo, na área de energia, firmados entre a Copel e a espanhola Endesa e as norte-americanas El Paso e NRG Energy. Contratos que, se mantidos, levariam a nossa Copel à insolvência e, na seqüência, certamente, à sua absorção por uma dessas gigantes globais.O mundo caiu sobre minha cabeça. O glorioso jornal que um dia foi dos Mesquita, o “Estadão”, chegou mesmo a criar um novo indicador, o “Risco Requião”. Fui brindado com toda sorte de epítetos, o mais doce deles dizia-me “dinossauro”. Na verdade, à época, éramos todos, os que se opunham ao modelo que o capitalismo globalizava, “dinossauros”. Saurisquianos, ornitisquianos, ultrapassados, atrasados, gente que perdera o passo na história, deslocados no tempo, fora de órbita, extintos.
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